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Introdução

A ação revisional de contrato bancário é uma das demandas mais frequentes no Judiciário brasileiro. Ela surge quando o consumidor busca questionar cláusulas consideradas abusivas em contratos de empréstimo, financiamento, cheque especial ou cartão de crédito. Mas, mais do que a fundamentação jurídica, a prova pericial por meio de cálculos técnicos é o que frequentemente define o resultado da ação.

Apresentar cálculos de forma clara, fundamentada e alinhada às decisões dos tribunais é um diferencial tanto para advogados quanto para peritos. Este artigo mostra, em profundidade, como estruturar os cálculos em uma ação revisional, desde a identificação das cláusulas questionáveis até a entrega de laudos técnicos.


1. A importância dos cálculos na ação revisional

Embora a petição inicial seja o ponto de partida, é nos cálculos que se demonstra, de forma objetiva, se há abusos no contrato. Tribunais exigem planilhas consistentes, com metodologia explícita e referência a índices oficiais. Uma peça mal instruída, sem cálculos claros, reduz drasticamente as chances de sucesso da demanda.


2. Passos fundamentais para estruturar os cálculos

  • Leitura integral do contrato: identificar taxas, tarifas, periodicidade de capitalização e encargos moratórios.
  • Comparação com a taxa média do BACEN: aferir se os juros estão acima da média para operações similares.
  • Verificação da capitalização: analisar se há cláusula expressa autorizando a capitalização e qual a periodicidade (anual, mensal ou, abusivamente, diária).
  • Identificação de tarifas ilegais: TAC, TEC e seguros embutidos são exemplos clássicos.
  • Definição da metodologia de recálculo: qual taxa aplicar? Juros simples ou compostos? Índice de correção monetária definido pelo tribunal?
  • Estruturação em planilha: cada passo deve estar detalhado e transparente, para permitir a conferência pelo juiz e pelas partes.

3. Fórmulas essenciais

  • Cálculo de juros simples: J = P x i x n
    Exemplo: Empréstimo de R$ 10.000, taxa 2% ao mês, prazo de 12 meses → J = 10.000 x 0,02 x 12 = R$ 2.400.
  • Cálculo de juros compostos: M = P x (1 + i)n
    Exemplo: Mesmos dados acima → M = 10.000 x (1,02)12 = R$ 12.682,50.
  • Comparação com taxa média BACEN: Se a taxa média divulgada for 1,5% ao mês, o recálculo deve considerar essa taxa como parâmetro de legalidade.

4. Exemplo prático completo

Contrato: financiamento de veículo no valor de R$ 30.000,00, prazo 36 meses, juros contratuais de 3% ao mês capitalizados mensalmente.

Etapas do cálculo:

  1. Taxa média BACEN para a modalidade: 1,8% ao mês.
  2. Recalcular o saldo devedor pelo método Price com taxa de 1,8% a.m.
  3. Comparar com o valor cobrado pela instituição financeira.

Tabela comparativa:

Parcelas Valor com juros contratuais (3% a.m.) Valor com taxa média BACEN (1,8% a.m.)
36 R$ 1.478,00 R$ 1.102,00
Total R$ 53.208,00 R$ 39.672,00

Diferença total a restituir/compensar: R$ 13.536,00.


5. Jurisprudência aplicável

  • STJ, REsp 973827/RS: “A simples pactuação de juros acima da taxa média de mercado não implica abusividade, devendo ser demonstrado o caráter excessivo.”
  • Tema 539/STJ: “É permitida a capitalização de juros com periodicidade inferior a um ano em contratos celebrados após a MP 1.963-17/2000, desde que expressamente pactuada.”
  • Súmula 539/STJ: “É permitida a cobrança da comissão de permanência desde que não cumulada com outros encargos moratórios.”

6. Estrutura do laudo ou planilha

Um modelo de apresentação de cálculos deve conter:

  • Resumo do contrato analisado.
  • Metodologia aplicada.
  • Índices oficiais utilizados.
  • Tabelas detalhadas com evolução do saldo devedor.
  • Comparação entre valores cobrados e valores recalculados.
  • Conclusão com saldo em favor do consumidor.

7. Erros a evitar

  • Apresentar cálculos sem vinculação ao contrato.
  • Usar índices sem respaldo oficial.
  • Não detalhar fórmulas, dificultando a verificação pelo juiz.
  • Ignorar encargos acessórios como seguros e tarifas embutidas.

8. Estratégia processual

A apresentação dos cálculos pode ser feita já na inicial, como prova documental, ou em momento oportuno, via perícia judicial. Em ambos os casos, clareza e fundamentação técnica aumentam as chances de acolhimento pelo magistrado. Planilhas explicativas são mais convincentes do que simples alegações genéricas.


Conclusão

A ação revisional de contrato bancário depende diretamente da qualidade dos cálculos apresentados. Advogados e peritos que dominam as fórmulas, índices e jurisprudência conseguem demonstrar de forma objetiva os abusos contratuais. A clareza na exposição e a fundamentação técnica transformam cálculos em argumentos sólidos, capazes de convencer magistrados e garantir resultados favoráveis aos consumidores.

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