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Introdução

A petição revisional é o instrumento processual utilizado para questionar cláusulas e encargos abusivos em contratos bancários. Mais do que alegar ilegalidades, é fundamental que o advogado ou perito apresente cálculos técnicos consistentes, capazes de traduzir o impacto econômico das cláusulas discutidas. A qualidade e a clareza desses cálculos podem ser decisivas para o convencimento do magistrado. Este artigo explora como estruturar, elaborar e apresentar cálculos em petições revisionais, com foco em metodologias periciais, jurisprudência e exemplos práticos.


1. Importância dos cálculos em ações revisionais

O cálculo revisional tem a função de quantificar o efeito econômico das cláusulas contratuais questionadas. Ele permite:

  • Demonstrar numericamente a diferença entre o saldo cobrado e o saldo devido.
  • Identificar práticas abusivas, como anatocismo, juros acima da média ou tarifas ilegais.
  • Fornecer ao juiz elementos objetivos para decisão.
  • Subsidiar eventual perícia judicial, antecipando os parâmetros técnicos.

2. Estrutura recomendada para apresentação

Os cálculos devem ser apresentados em formato claro e didático. Recomenda-se a seguinte estrutura:

  1. Resumo executivo: breve explicação sobre o objeto da revisão (ex: “Revisão de financiamento de veículo com cobrança de juros capitalizados e tarifas indevidas”).
  2. Metodologia adotada: descrição das fórmulas e critérios utilizados.
  3. Quadros comparativos: apresentação de tabelas comparando valores contratuais e revisionais.
  4. Fundamentos jurídicos: vinculação dos cálculos às teses e jurisprudências aplicáveis.
  5. Conclusão numérica: saldo devido após revisão e eventuais valores a restituir.

3. Fórmulas mais utilizadas

  • Juros simples: J = P × i × n
  • Juros compostos: M = P × (1 + i)n
  • Tabela Price: PMT = P × [i (1 + i)n] / [(1 + i)n 1]
  • SAC: Amortização = P / n

A escolha da fórmula depende do tipo de contrato e do vício alegado. Se não houver cláusula de capitalização expressa, os juros devem ser recalculados pela fórmula linear (simples).


4. Exemplo prático de revisão

Contrato de R$ 50.000,00 a 4% ao mês por 24 meses.

  • Contratual (Price): PMT ≈ R$ 3.190,00. Total pago: R$ 76.560,00.
  • Revisado (juros simples): M = 50.000 × (1 + 0,04 × 24) = R$ 98.000,00. Parcela média: R$ 4.083,00. Total: R$ 98.000,00.

A tabela comparativa ajuda a evidenciar que o contrato embute anatocismo e que o saldo deve ser recalculado.


5. Exemplo de tabela comparativa

Período Saldo Contratual Saldo Revisado
6 meses R$ 62.000,00 R$ 58.000,00
12 meses R$ 72.000,00 R$ 65.500,00
24 meses R$ 76.560,00 R$ 98.000,00

Esse quadro pode ser inserido diretamente na petição, permitindo ao juiz visualizar a diferença numérica entre o contrato e a revisão.


6. Jurisprudência relevante

  • STJ, Súmula 539: admite capitalização mensal se expressamente pactuada e posterior à MP 2.170-36/2001.
  • STJ, Tema 27 (REsp 1.061.530/RS): juros acima da taxa média do BACEN são considerados abusivos.
  • STJ, Súmula 472: comissão de permanência não pode ser cumulada com juros moratórios e multa.
  • STF, ADC 58: definiu aplicação da taxa SELIC como índice de correção e juros.

7. Boas práticas na elaboração de cálculos para petições

  • Utilizar linguagem clara e acessível, evitando excesso de jargões técnicos.
  • Apresentar cálculos em tabelas organizadas, numerando-as.
  • Explicitar fórmulas e critérios em notas de rodapé ou observações.
  • Fazer referência direta às cláusulas contratuais questionadas.
  • Relacionar cada vício alegado a um cálculo objetivo.

8. O papel do perito assistente

Além da petição inicial, o advogado pode contar com o suporte de um perito assistente para elaborar laudos técnicos preliminares. Esses laudos podem ser anexados à petição, reforçando a consistência das alegações e aumentando a probabilidade de êxito na revisão contratual.


Conclusão

Apresentar cálculos de forma clara, fundamentada e objetiva é determinante para o sucesso de uma ação revisional. Não basta alegar cláusulas abusivas é necessário demonstrar numericamente como elas impactam o contrato. Com metodologia adequada, tabelas comparativas e alinhamento com a jurisprudência, advogados e peritos podem transformar suas petições em peças técnicas robustas e persuasivas.

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